domingo, 25 de outubro de 2009

Lugar nenhum!




O limbo, segundo consta, é aquele lugar para onde vão boas almas, que ainda não foram salvas e que lá permanecem até chegarem ao céu! Eu ainda não morri, mas acredito que existe o limbo aqui na terra. É que sou uma alma boa, assim acredito, mas estou, atualmente, em lugar nenhum, a espera da redenção.

Faz pouco mais de um ano que saí da casa dos meus pais. Na minha mais tênue ansiedade, mobiliei o apartamento todo num só dia, querendo ver o resultado final o mais rápido possível! Incrivelmente, já estou de volta a casa deles, num retorno impensado, numa confusão que pode ser resumida na mudança de um apartamento de dois quartos (e todas as suas tralhas) para dentro de uma casa de três. A razão disso tudo é a necessidade de reduzir pendências diante de uma mudança ainda maior, de cidade e de país. Será uma curta temporada de três meses até o destino final. Final? Bem, acho um pouco arriscado qualquer palavra que remeta a algo definitivo neste momento.

Para alguém totalmente detentora, ou que se achava detentora, do controle da sua própria vida, saber apenas a cidade onde se vai morar pode parecer um pouco catastrófico e, de fato, é. Ignorando o desconhecimento sobre o seu novo lar, o não conhecimento absoluto do que se vai fazer nessa nova cidade pode levar a um consumo diário de frontal 0,25. Criar expectativa em torno de ruas e avenidas que poderão ser seu dia a dia nos próximos meses, imaginar como você vai mobiliar o apartamento que você está conhecendo pela internet e, em seguida, ter que desencanar após a negativa do locador em alugá-lo para você pode determinar uma subida na dose do ansiolítico.

Hoje é domingo e, pra variar, estou com vontade de comer pizza. Fiquei pensando numa boa alternativa. Nessa onda de possibilidades, ao contrário de pensar ali na “Moda de Casa”, ou na "Pitigliano", as pizzarias goianienses que fervem no domingo de noite, fiquei mesmo foi com vontade de comer na Romário, que está lá em Buenos Aires, em Lãs Cañitas. E, nesse momento, bateu uma confusão: nesse caso não seria mais apropriado que a pizzaria se chamasse Maradona? “Socorro! Polícia! Eleições diretas!” Recorro a um dos ditos típicos da minha tiazinha querida. Assim eu fico mesmo é em lugar nenhum! Pra dar um tempo em toda essa indecisão, numa saída totalmente adequada, faço as malas, vou pro Rio, até que algum lugar me receba pra sempre, ou quase.

Um comentário:

Equilibrista disse...

Socorro! Polícia! Eleições diretas! Me leva pro limbo com você. Minha querida e adorada, daqui a pouco você vai estar nos reportando diretamente de Buenos Aires sua vida de "nova portenha" e tenho certeza de que essa sensação de não pertencer a lugar nenhum será mais motivo para rir do que se angustiar. Acredite! As "tiazinhas" sempre têm razão. Bjs com Rivotril.