sábado, 7 de julho de 2007

Crônica de Verdade



O intento era fazer uma crônica de verdade. Dessas que se pode publicar num jornal, livro ou revista. Sim, aquela que lendo, tem-se a impressão de não estar sendo enganado por quem finge escrever. Crônica de verdade. Melhor procurar no dicionário. Verdade: do latim veritare, s.f., qualidade pela qual as coisas se apresentam como são, realidade, coisa certa.

Se for verdadeiro o que se apresenta como é, a crônica deve ser colorida. A tarefa se tornou ainda mais árdua. Alguém me disse que a viu cinza. Discutimos, a mim não me parece. Como pode uma aquarela se quedar em branco e negro desbotado? Mas, o que para mim é verdadeiro, pra ti não passa de euforia...

Que bom! As crônicas de verdade, na verdade, são irreais? Não. São apenas solitárias. Notívagas. Entregues a fantasia e devaneios. Apresenta-se tal qual uma estrangeira. Diz mais pelo olhar de quem vê. Lugar – comum pra uns, excepcionais para outros, indiferente para quase todos, e, real, só para quem as imaginou.

Então, não há como fazer uma crônica de verdade para dois? Não. Nunca para dois. Apenas para um. E olhe lá que, com o virar da folha do caderno, até mesmo este um, dela não mais se convencerá.

Não me conformo! Quero uma crônica de verdade para dois! Até mesmo no mundo das palavras é preciso estar só? Bingo! Fazer crônica de verdade para dois só se for de mentirinha, dessas que não precisam convencer ninguém, não precisam de estilo, só de mimo, como os versinhos que a gente escrevia no colegial, contornados por uma moldura de coração vermelho flechado pelo cupido.

Desisto. É por isso que eu faço poesia!

Um comentário:

Anônimo disse...

Bailarina,

Que esse espaço renove seu viço! Longa vida às suas palavras.
Bj
Te Amo.

T. Ana