terça-feira, 25 de novembro de 2008

You say goodbye and I say Hello!

Sim, essa é a frase da gostosa música dos Beatles que com pouquíssimas palavras explica o que instiga os meus desejos. É só dizer tchau, estar inacessível, tornar-se complicado que eu digo Hello! E com toda a força do universo. Vai ver que é por isso que a também frase de música do Arnaldo Antunes: "haverá paradeiro para o nosso desejo?" tanto me instiga.

Mas é que cansa querer o que não se tem. Pior, cansa e apaga tudo o que se tem de bom. E há muito de bom perto. Isso anda me incomodando. A busca frenética por aquilo que ainda não realizei, como se um cronômetro tivesse sido disparado e o tempo estivesse próximo do fim.

Estou lendo três livros ao mesmo tempo, fruto desse desejo sôfrego. Acabei de parar diante de um pequeno parágrafo escrito pela Cristiana Guerra, no seu recém lançado Para Francisco (aliás, doce e lindo). Ela disse assim: "Eu, rio de mim.Você vai aprender, filho. Que na vida a gente às vezes pensa coisas horríveis. Eu, por exemplo, quando pensava em engravidar de novo depois dos dois abortos, via uma mulher grávida na rua e dizia "Por que ela pode e eu, não?" Anos depois, quem diria, eu passearia pelas ruas empinando a barriga, com você embrulhadinho lá dentro. Então, perdi seu pai. E ao ver uma gestante passei a pensar "Garanto que ela tdeve ter marido". O ser humano é engraçado. Vê antes a falta que a presença. Ainda bem que eu sei rir de mim. Ainda bem que você ri de mim"

Fiquei com vergonha. Sabe quando você sente vergonha mesmo sem ter ninguém perto? Aquela autêntica vergonha, a vergonha de ter se reconhecido tola aos seus próprios olhos? Aqui cabe o pleonasmo! Eu sou esse ser humano engraçado a que a Cris se referiu. Esse que vê a falta antes da presença. Mas eu também sei rir de mim, Cris! Será que ainda dá tempo de ser diferente? Eu ainda quero dizer Goodbye e ouvir Hello!

2 comentários:

Unknown disse...

Vivi...é só vc mesmo!

Bailarina disse...

Foi vc mesma que me disse isso, nas suas sessões de irmãterapia!