quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ela quer morar comigo!



Faz quase um ano que me mudei da casa dos meus pais. Cada canto do jeito que eu gosto, gente quando quero, na hora que eu quero, som de noite e silencio de dia... Regras, só as minhas!

Meu prédio é legal, são vinte e dois andares, é novinho, ninguem nunca tinha morado no apartamento onde moro: uma tetéia! É praticamente todo habitado por gente que mora só como eu, ou jovens casais. Quase não se veem os vizinhos! Aliás, quando a gente se vê, é um flagrante! Aparecem em suas janelas - as que vejo são as da cozinha - vestidos sabem bem como! Não dá pra culpar ninguém! Aquele dia foi o fulano do 19 que estava de cueca na cozinha tomando uma taça de vinho, no outro, a vizinha gordinha do andar de cima que apareceu numa camisola interessante, pra não dizer outra coisa. Eu, confesso, já desfilei de calcinha e camiseta limpando a casa, numa cena de fazer dó e causar irritação à moradora casada e ciumenta que sempre prepara o jantar pro maridinho! Todo mundo comete o mesmo pecado, mas fora isso, é uma maravilha de anonimato e privacidade! Ou era!

A vida seguia tranquila, entre cuecas e calcinhas exibidas na janela e boa noite no elevador. Agora, não! Eu tenho companhia. Uma insistente e temperamental companhia, que, aliás, não colabora com o aluguel.

Eu já havia pensado em ter um bicho de estimação, tenho saudades do Tico, embora ele pensasse que era gente...Já cogitei um gato, mas acabei desistindo dele e de todos os outros, não fazia o menor sentido deixá-los sós tanto tempo! Ela não se importou, quando estou fora de casa é que faz a festa. Para mim só aparece de surpresa. Veio sem ser convidada, obviamente. Nosso primeiro encontro foi impactante, quando a vi, deixei-a com todo o quarto e banheiro a disposição, fui dormir no quarto de visitas, como toda elegante anfitriã, ansiosa pela hora da partida do convidado não quisto.

O problema é que ela não quer ser visita. Ela quer viver comigo, dividir suas noites e seu andar solitário pela casa. Eu já disse que não. Eu já disse que não com K-Otrine, mas não resolveu! Ela sabe bem como se manter por perto. Ela aprecia o Bossacucanova e hoje me surpreendeu aparecendo enquanto tocava o Gotan Project. Preciso ser dura. Respeito as diferenças, mas não gosto de gente casca grossa! Não, eu não vou lhe oferecer um pedaço de pudim, porque o curioso é que ela dirá sim! E eu que achei que seria fácil morar só!

6 comentários:

Anônimo disse...

kkkk!!! Essa foi ótima!
Venha para o Chile, Vivi. Em 3 anos nunca tive visitas de baratas... Em compensação, os chilenos não são um barato. Sabe como é: não se pode ter tudo na vida!
;)
Bjo!

Bailarina disse...

Ai, difícil essa escolha!!! hahaha Mas uma terra sem baratas é um oasis!!!!

Eleonora disse...

Quando fui morar em SP, tbém tive uma visita insistente dessas, para quem todas as indiretas não adiantavam (leia-se: baygon, k-otrine, mata-tudo...). Tenho certeza que era sempre a mesma. Ela gostava da cozinha e apreciava um brownie. Um dia, a surpreendi grudada num palito sujo de bolo. Num outro, estava no armário, junto dos pratos (me deu o maior trabalho pra lavar tudo). Até que, numa noite, apareceu morta num cantinho da cozinha, quando eu já tinha desistido de todos os venenos. Acho que morreu de velha...

Bailarina disse...

Lê, como vc trata mal suas baratas!!! A coitada tinha que se contentar com restos de bolo no palito! rs Na verdade, acho que ela morreu de fome, isso sim. E vcs não sabem, mas a minha tbem se foi, para o bem geral da nação! E como disse o Dani, com direito a velório dada a importancia na minha vida! hahaha

Equilibrista disse...

Todos têm uma história de barata para contar. Nenhuma com final feliz. Você bem sabe que eu já teria mudado de lá. Bjs

Bailarina disse...

Eu considerei...