segunda-feira, 19 de maio de 2008

As pessoas e o danoninho!




Eu sempre adorei danoninho. Aquele que vale por um bifinho. Mas o danado acabava rápido demais. Nunca entendi o porque daquele potinho minúsculo. Vai ver que era estratégia de marketing. Até hoje me pego comendo, com uma colherzinha, repetindo o que eu fazia na infância, para ver se ele demora um pouquinho mais para acabar, sem que eu tenha que recorrer ao último suspiro: a tampinha de papel alumínio!

Danoninho, entretanto, não é mais o mesmo! Agora ele é enriquecido! Contém cálcio, ferro, zinco e vitaminas A e D. Experimentei o NOVO danoninho já sabendo que em seu sabor, nada estaria alterado, o que é muito bom. Mas, na voz de quem vende, o NOVO danoninho com cálcio, ferro, zinco e vitaminas A e D pode ser chamado de PhD.


Fiquei pensando se alguém que já gostava dele antes deixaria de o apreciar pela falta desses requisitos. Evidente que não. O melhor dele ainda estava lá: o seu sabor.

Na onda do danoninho, há muita gente "enriquecida" por aí, no lugar de ferro e zinco: diplomas, idiomas, títulos, viagens, tudo para "vender" mais! A grande diferença entre o danoninho e essas pessoas é que ele, embora enriquecido, não perdeu o sabor. As "gentes enriquecidas" que andam espalhadas por aí ficaram confusas e extravagantes, perderam o gosto e, logo, logo, serão substituídas nas prateleiras, dando lugar a um novo e mais interessante produto.

Estou farta de gente enriquecida! Quero gente de verdade! Que chore, que ame, que diga que falhou, que tem medo, mas que está na vida para o que der e vier e a acrescente em alguma coisa, ainda que venha a perder! Como disse a Martha Medeiros: "gente habitada","que surpreenda com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para ser boneco de ventríloquos".

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