Pra vida real: mais poesia!

Eu acabei de assistir Once, queria conferir a dica que a Carol deu lá no Le Croissant. O filme é daqueles que a gente se emociona pela crueldade da vida real. Que é bem diferente dos comuns finais de romance que se fabricam. E, ao contrário de me entristecer com o desfecho do filme, derramei algumas lágrimas de admiração. Fiquei pensando que aqueles dois teriam a vida inteira pra amar aquela oportunidade perdida!

É que, na minha maluca cabecinha, é hábito ter em pensamento a ilusão de uma felicidade não vivida. Porque o correr da vida não embrulha tudo, escapa dele justamente essas possibilidades bonitas, que nos passam ao longo dos anos e que a gente carrega com enorme gosto só pra de vez em quando imaginar o que poderia ter sido se...

Na maior parte das vezes, quando eu penso no meu “se tivesse acontecido”, eu visualizo o mundo cor-de-rosa de Alice! Acho que essa é a grande resposta pra esse meu imenso apego à fantasia. Nela vai ser sempre como idealizei.

Sábado foi meu aniversário. São 32 anos nos quais eu deliro em idéias mirabolantes. Nesse último ano, pra minha enorme surpresa, tudo me apareceu de forma bem concreta e, de tão acostumada aos caprichos da imaginação, me sinto devedora de mais poesia pra essa vida real, assim como me dediquei à ficção. Aos poucos eu vou conseguindo, aos poucos eu vou acreditando que não é perigoso a gente ser feliz!