quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A gosto

Meu cinco de agosto começou como qualquer dia: eu abro um só olho e penso se é mesmo verdade que já está na hora de acordar botar aquela roupinha “cara de advogada” e partir para a dura rotina. Pra variar era verdade, mais que verdade, aliás, o sol invadia o quarto, a cama, a minha consciência e gritava pra que eu que me levantasse!

Os dias são o que são, mas eu gostaria muito que o meu cinco de agosto fosse diferente! Não que ele seja uma data especial - com todo o respeito ao aniversário da minha amiga Renata que merece ser lembrado e comemorado - mas embora seja um dia comum eu gostaria que ele fosse comum de outro jeito.

Eu acordaria em Paris, lá na Rue Du Cherche Midi, ouvindo a Tatiana, com aquela sua voz rouca e engraçada,contar que o vizinho fechou a cortina na cara dela e especular o momento certo para a vingança. Tomaria café da manhã em Barcelona, ainda que fosse pra passar o resto do dia procurando minha mala perdida no aeroporto – de Barcelona – claro!

Poderia ter almoçado no Rio, com a Marcela, lá no baixo gávea, depois de percorrer aquele brechó que só ela sabe encontrar e porque ela daria aquela sua inconfundível gargalhada e zombaria de todos os motoqueiros cinqüentões que freqüentam o lugar. Eu não me importaria, também, se me encontrasse por acaso com o João, durante os cinco minutos em que geralmente a gente se vê por ano e ele me prometesse, enquanto tomássemos uma Original, que jamais seria um daqueles!

Eu sairia feliz do almoço e até faria uma hora no Leblon, na Letras e Expressões, desde que eu me encontrasse com a Alécia e a Juliana pra tomar um café no Cafeína! Poderíamos discutir porque a Juliana não comprou o CD de jazz de R$ 68,00 lá na Argumento, desde que o Chico Buarque dividisse a mesa vizinha e pudéssemos ligar para o Glauber para repetir ml vezes que preferimos o Rio a São Paulo.
Eu não me importaria em deixar o Leblon mais cedo porque seria um prazer caminhar pelas Ramblas, em Montevideo, com a Tia Ana, ainda que ela já tivesse muda pelo cansaço do dia e continuasse tratando o recepcionista do hotel como seu melhor amigo!

Para o fim de tarde eu escolheria aquele sebo da Asa Norte pra “ver a Veri” e conversar longamente sobre o novo livro da Catherine M. e depois deixar toda a conversa descambar para a velha e boa filosofia de botequim que a gente teria na padaria Savassi, comendo bauru.

Eu poderia até voltar a pé pra casa. No elevador apertaria o 20, abriria contente a porta do apartamento 2004, deixaria a bolsa sobre a mesa, tomaria duas taças na mão, abriria o bordeaux que ganhei de presente e o tomaria inteiro junto ao ocupante mais querido do lado esquerdo da cama que, certamente, reclamaria pela derrota da Portuguesa.

Alguém, aí, por favor, pode me arrumar um cinco de agosto assim?

3 comentários:

Tati_M disse...

Fifi, acorda! Acorda pra eu te contar que o maldito vizinho fechou a cortina na minha face! Acorda pq a gente precisa bolar um plano pra vingar dele! Rapido, antes que ele saia pra comprar baguette!

Tati_M disse...

Ps: Fifi, sua burrallllllllllda bebe porra desse vinho logo se nao, nao vai ganhar outro quando eu voltar! uahsuahsuhaush
Tão fina!

Bailarina disse...

E se eu te contar que eu já bebi? E deu o maior barato??? Hahaha Vc vem mais depressa? Pois pode vir e nem precisa trazer outra, é só fazer o barulho do vento e trazer as suas histórias, porque só vc tem ESSAS e outras histórias!