Mario Vargas Llosa acabou de escrever um romance ardente, daqueles que você não desgruda até encerrar a última página.
Pra variar, o assunto é a paixão. A paixão nem sempre correspondida, ou, correspondida à conta gotas, como ganhar um delicioso e raro doce quando se está de regime. Tens que se contentar só com um pedacinho, mesmo sabendo que podes nunca mais vir a ganhá-lo.
Chegas a até sonhar com ele: é de avelã! Imaginas o desembrulhar do papel, o ruído, sente o seu cheiro, sua textura, e, por fim, quando finalmente podes prová-lo de novo, acaba-se tão logo, como se realmente estivesses sonhando.
Talvez seja mesmo este o segredo de uma paixão durar uma vida inteira. Perfis opostos. Comandante e comandado.
A combinação perfeita entre alguém irresistível e indisponível com um apaixonado disposto. Daqueles que passam a vida inteira sonhando com as pequenas mordidas em seu doce.
No romance, a indisponível foi chamada de má. Travessa. Menina má. Aquela que transformou o seu súdito numa coisinha-à-toa. Terá sido justo atribuí-la a pecha de má?
Acredito que não. Sem as travessuras da menina má, provavelmente, a coisinha-à-toa tivesse passado todos os seus dias como se vivesse uma interminável terça – feira. Morna. Meio termo. Início de meio de semana. Dia comum. Ausência de lembranças. Cheiros não registrados. Gosto não saboreado.
Outro dia ouvi uma queixa de alguém que me dizia querer aprender a estar no comando das relações. A ser a menina má. Talvez não soubesse que a menina má seja quem realmente sofre as maldades de um apaixonado, por nunca ter conseguido ceder aos apelos dos sentidos da paixão. Travessa mesma é a coisinha-à-toa que não se conforma com um romance de ocasião, que se tem apenas para dizer que não se está só e ainda que em devaneios saboreia o gosto de um doce realmente bom.
Obrigada meu menino mau!
Pra variar, o assunto é a paixão. A paixão nem sempre correspondida, ou, correspondida à conta gotas, como ganhar um delicioso e raro doce quando se está de regime. Tens que se contentar só com um pedacinho, mesmo sabendo que podes nunca mais vir a ganhá-lo.
Chegas a até sonhar com ele: é de avelã! Imaginas o desembrulhar do papel, o ruído, sente o seu cheiro, sua textura, e, por fim, quando finalmente podes prová-lo de novo, acaba-se tão logo, como se realmente estivesses sonhando.
Talvez seja mesmo este o segredo de uma paixão durar uma vida inteira. Perfis opostos. Comandante e comandado.
A combinação perfeita entre alguém irresistível e indisponível com um apaixonado disposto. Daqueles que passam a vida inteira sonhando com as pequenas mordidas em seu doce.
No romance, a indisponível foi chamada de má. Travessa. Menina má. Aquela que transformou o seu súdito numa coisinha-à-toa. Terá sido justo atribuí-la a pecha de má?
Acredito que não. Sem as travessuras da menina má, provavelmente, a coisinha-à-toa tivesse passado todos os seus dias como se vivesse uma interminável terça – feira. Morna. Meio termo. Início de meio de semana. Dia comum. Ausência de lembranças. Cheiros não registrados. Gosto não saboreado.
Outro dia ouvi uma queixa de alguém que me dizia querer aprender a estar no comando das relações. A ser a menina má. Talvez não soubesse que a menina má seja quem realmente sofre as maldades de um apaixonado, por nunca ter conseguido ceder aos apelos dos sentidos da paixão. Travessa mesma é a coisinha-à-toa que não se conforma com um romance de ocasião, que se tem apenas para dizer que não se está só e ainda que em devaneios saboreia o gosto de um doce realmente bom.
Obrigada meu menino mau!
6 comentários:
Meu sonho de consumo sempre foi o de ser uma "niña mala". Aliás, lembrei de um desses títulos feitos sob medida para vender: "meninas boas vão para o céu...as más vão para onde querem". Dito e feito: a "menina má" de Vargas Llosa saiu do Perú, passou por Paris, Cuba, voltou à Paris, depois Londres, Tókio, outra vez Paris e terminou...bem não vamos entregar a história. Não te pareceu que ao final as "meninas más" têm um preço alto à pagar pela liberdade? O livro não te deu a impressão de que o que conta mesmo é ser "um bom menino"? Boas ou más, as meninas sempre valem a pena. Os meninos! Insistem em ser sempre "coisinhas-à-toas" (rs)O livro foi uma ótima surpresa - uma história de amor de um escritor que sempre transitou melhor pela política - mas, enfim, tudo é sempre sobre amor ou a ausência dele. Obrigada "bailarina", estava mesmo precisando ler sobre "travessuras". Bj
Encerro com o poema que nosso "coisinha-à-toa" cita num trecho dramático de sua vida com a menina má:
"Sob a ponte Mirabeau desliza o Sena
E os nossos amores
É bom lembrar, vale a pena,
Que a alegria sucede aos dissabores
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
As mãos nas mãos estamos face a face
Enquanto passa
Sob a ponte de nossos braços
A onda lenta de um eterno cansaço
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
O amor se vai como esta água barrenta
O amor se vai
Como a vida é lenta
E como a esperança é violenta
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo
Passam-se os dias passam-se as semanas
Nada do que passou
volta de novo à cena
Sob a ponte Mirabeau desliza o Sena
A noite vem passo a passo
Os dias se vão eu não passo"
(Tradução por Ferreira Gullar)
É por isto que eu gosto dos blogs. Os comentários são melhores que os textos. Bjs! Vc, de certa forma, já foi uma niña mala, no?
Que nada! Eu nunca consegui ser mais do que uma Pollyanna metida a libertária.
Bj
ninã vivi
Só queria agradecer pelas palavras que ecoaram de forma deliciosa nas minhas fantasias ininterruptas sobre paris e o mundo. Ler travessuras, além de me levar a lugares nunca antes percorridos, me fez reconhecer o que tenho de menina má e boa. Melhor ainda é notar que somos responsáveis tanto por um quanto pelo outro.
Estou a ler Amós Oz. Meu Michel. Depois te falo de Hanna.
beijos.
Continue.
Veri
eu não sou anônima!
hahaha
beijos
Veri, do que eu já li da Hanna já me agradou muito.Será que vou ter que dar um trégua nos livros jurídicos? Eu estou longe de ser uma niña mala. Tô topando até fazer um curso...Bjs
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