segunda-feira, 24 de março de 2008

Para voltar ao sorriso

Depois de dobrá-las, lentamente, guardei-as.
Couberam perfeitamente na melhor das caixas que tinha
A mais bonita
Mereciam esse lugar, já que não poderíamos mais ocupar o mesmo.
Deixei-as seguras e acreditei sobrevivessem e até que criariam novas histórias, no seu próprio e novo aconchego

Por vezes tentaram um encontro comigo
Faltei a todos
Furtiva, proposital, dissimuladamente
Não havia espaço para elas e para o sorriso
Preferi o sorriso
Duvidei até que ainda existiam
Já nem mais as via em cores

Mas de tão bem cuidadas
Lembraram o endereço de casa
Voltaram e continuam coloridas
Continuam perfumadas
Continuam irretocavelmente debochadas
E, no caminho, se uniram às outras, as que não cabia a mim dar-lhes destino
E que foram descartadas
Essas até sem mimo
Para dar espaço a novas
Da qual não farei parte

Instalaram-se
Tomaram conta de tudo
Embriagaram-se
Tornaram-se inconvenientes

Sinto falta do sorriso que dava lugar
Antes das suas chegadas
Apelaram para minha nostalgia
É preciso escolher
Eu prefiro sorrir
E, agora, nem quero dar-lhes qualquer abrigo!


Sorria, embora seu coração esteja doendo
Sorria, mesmo que ele esteja partido
Quando há nuvens no céu
Você sobreviverá...

Se você apenas sorri
Com seu medo e tristeza
Sorria e talvez amanhã

Você descobrirá que a vida ainda vale a pena se você apenas...

Ilumine sua face com alegria
Esconda todo rastro de tristeza
Embora uma lágrima possa estar tão próxima
Este é o momento que você tem que continuar tentando
Sorria, pra que serve o choro?
Você descobrirá que a vida ainda vale a pena
Se você apenas...

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