Pode parecer estranho falar de amor quando se queixa da falta dele. Ledo engano. Amanhã é dia dos namorados e talvez os desacompanhados estejam mais cheios desse sentimento que as parejas que a gente vê pelas ruas, de olhares desviados, mãos dadas por puro hábito e quase ou nenhuma afinidade.
Fico pensando nos garotos que eu gostaria que tivessem sido meus namorados no passado e acabaram não sendo. Aquele que me deu aquele disco desconhecido inadvertidamente, o outro que adorava rock e me fez conhecer tudo do mundo alternativo, e, por fim, aquele pragmático que tinha tão certo o seu destino que um desvio não lhe caía bem. Acho graça. De tanta paixão, sobraram apenas essas poucas definições que me fizeram enxergar que de amor mesmo tinha pouco ou quase nada.
Aprendi com o tempo que o amor não vem de fora. Nem embrulhado num disco, nem vestido elegantemente, muito menos segurando uma boa garrafa de vinho. Ele aparece quando se tem o coração tão vazio de paixão e ilusões que sobra tempo para encontrar pela primeira vez com alguém com quem você já deveria ter tomados várias cañas num bar. E aí a surpresa: amor à primeira vista e, que pecado, você nunca tinha reparado que andar em sua própria companhia era tão agradável!
Daí pra frente o caminho é outro, é topar com alguém que já tenha feito essa viagem, sem querer esbarrar ou insistir com os que ainda estão por aí, distraídos, de mãos dadas com estranhos. Assim não há como reconhecer o olhar alheio. Melhor guardá-lo e como diz o Chico:”futuros amantes quiçá se amarão sem saber, com o amor que um dia eu guardei pra você”!
Não se afobem não, que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio e na sua própria e agradável companhia!
Feliz dia dos namorados para quem já encontrou o seu amor, ainda que não o tenha podido dividir com ninguém!
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2 comentários:
Que chique ficou de Degas...
Beijos,
Alécia
É. Foi preciso mudar aqui pra expressar um pouco a minha própria mudança. E a interpretação que dei ao quadro segundo o meu novo olhar, é que sou a bailarina que está de costas, meio fora do grupo das clássicas bailarinas, mais parecida com uma dançarina de flamenco pelo laço na cabeça, abraçando o novo e inusitado! Beijos!
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